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26 de julho de 2019

Roupas nos tempos bíblicos

O vestuário

O guarda-roupa do indivíduo que vivia nos tempos
bíblicos era básico. Uma tanga (talvez) era usada
por baixo da túnica, e também se usava alguma forma
de cobertura para a cabeça. Calçados e casaco
eram opcionais. As pequenas variações nesse padrão
durante os dias bíblicos ficavam no terreno das cores,
material e estilo, em vez de nas provisões básicas,
pois roupas desse tipo se adaptavam melhor a
um clima relativamente quente. Paulo usava a túnica
presa na cintura por um cinto, como uma metáfora
para o estilo de vida do povo escolhido de Deus
(Cl 3.12), e todos compreendiam que ele falava do
que era básico.
A roupa de baixo, quando usada, era uma tanga
ou saiote. Pedro usava a tanga quando ficava “nu” ou
“despído” no barco de pesca da família (Jo 21.7). Jesus
foi crucificado usando apenas a tanga, porque os
soldados já haviam removido sua túnica (Jo 19.23).




A Túnica

A túnica era a peça essencial, sendo feita de dois pedaços
de material, costurado de forma que a costura
ficasse horizontal, à altura da cintura. Quando eram
tecidas listas no material do tear, elas caíam verticalmente
no tecido acabado. A túnica era como um saco
em muitos aspectos. Havia uma abertura em V para
a cabeça, e cortes feitos nas duas laterais para os braços.
A túnica era geralmente vendida sem a abertura
em V, para provar que era realmente nova. O material
podia ser lã, linho ou até algodão, segundo as posses
do usuário. As túnicas feitas de pano de saco ou
pêlo de cabra eram muito desconfortáveis por causarem
irritação na pele. Só eram então usadas em épocas
de luto ou arrependimento.
As túnicas masculinas eram quase sempre curtas e
coloridas; as das mulheres chegavam aos tornozelos e
eram azuis, com bordados no decote em “V”, o que
em alguns casos indicava a aldeia ou região do usuá1
4 / 0 Indivíduo na Vida Familiar
rio. A túnica usada por Jesus deve ter sido da última
moda, por não ter a costura central. Teares preparados
para acomodar o comprimento total da túnica
só foram inventados nos seus dias (veja Jo 19.23).
A túnica era presa à cintura por um cinto de couro
ou tecido áspero. O cinto tinha às vezes uma abertura,
para colocar um bolso onde guardar dinheiro ou
outros pertences pessoais (Mc 6.8). O cinto era também
útil para enfiar armas ou ferramentas (1 Sm
15.13). Quando os homens precisavam de liberdade
para trabalhar ou correr, levantavam a barra da túnica
e a prendiam no cinto, tendo assim maior liberdade
de movimento. Isso era chamado de “cingir os
lombos”, e a frase tornou-se uma metáfora para os
preparativos. Pedro recomenda, por exemplo, discernimento
claro, aconselhando os cristãos a cingirem
o seu entendimento (1 Pe 1.13). As mulheres também
levantavam a barra da túnica — no caso dei as
— para levarem coisas de um lugar para outro. Não
eram usadas roupas de dormir no fim do dia; o cinto
era afrouxado e a pessoa deitava-se com a sua túnica.

O Manto

Quando o indivíduo era suficientemente rico para
comprá-lo, ou quando o frio exigia, um manto (ou
capa) era usado por sobre a túnica. Os mantos eram
feitos de duas formas. No campo, onde o calor era
determinante, eles enrolavam material pesado de lã
ao redor do corpo, costurando-o na altura dos ombros
e abrindo fendas para a passagem dos braços. O
manto era a única forma de proteção para muitos,
portanto, mesmo que recebido como penhor de um
empréstimo, ele tinha de ser devolvido ao dono antes
do anoitecer para que pudesse agasalhar-se na
friagem da noite (Ex 22.26,27). Pela mesma razão
um tribunal judeu jamais daria um manto como recompensa.
O outro tipo de manto era como um vestido frouxo
com mangas largas. Quando feito de seda era um
traje de gala, e o indivíduo rico jamais sairia de casa
sem ele. Os fariseus usavam franjas azuis na orla de
seus mantos, a fim de que outros vissem que eles guardavam
a lei registrada em Números 15.38,39. Em
vista de essa prática tender ao exibicionismo, ela foi
condenada por Jesus (Mt 23.5).
A mulher que sofria de hemorragia quis provavelmente tocar essa extremidade
do manto de Jesus (Mt 9.20).


Calçados

Os pobres quase sempre andavam descalços, mas
outros usavam sandálias simples. A sola era feita de
um pedaço de couro de vaca cortado na forma do pé.
Ela era ligada ao pé por uma tira comprida que passava
através da sola, entre o dedo maior e o segundo
dedo do pé, e era amarrada ao redor do tornozelo
(Lc 3.16). Um outro modelo prendia alças leitas ao
redor da sola com uma tira, cruzando-as por sobre o
pé. Chinelos eram também usados.

Chapéus

A maioria dos homens parece ter usado uma cobertura
no alto da cabeça: um pedaço de material
dobrado em forma de tira com um dos lados virado
para cima, de modo a dar uma aparência de turbante.
As mulheres usavam um quadrado de material
dobrado para proteger os olhos e que caía sobre o
pescoço e ombros, como proteção completa contra o
sol, o qual era mantido no lugar por um cordão trançado.
Um véu transparente era usado algumas vezes
sobre a cabeça para que a mulher não mostrasse o
rosto em público. Só o marido podia ver a face da
esposa. Rebeca ocultou assim o rosto antes de casarse
com Isaque (Gn 24.65). Na cerimônia de casamento
o véu era retirado do rosto da noiva e colocado
no ombro do noivo, com a declaração: “O governo
está sobre os seus ombros” (Is 9.6).


Limpeza das Roupas

As roupas eram lavadas, permitindo que a água limpa
de um regato passasse pela trama do tecido removendo
a sujeira; ou colocando as roupas molhadas
sobre pedras chatas e esfregando a sujeira. Davi
usou a idéia de lavar roupas como um símbolo da
ação necessária para limpar o seu pecado (SI 51.2).
O sabão era feito de óleo de oliva ou de um álcali
vegetal.

Vestuário Básico
Bem poucos podiam adquirir roupas devido ao seu
alto preço. Os pobres só tinham uma muda de roupa.
Portanto era comum trocar uma pessoa por um
par de sapatos (Am 2.6), e foi praticamente revolucionário
dizer ao povo que desse as túnicas de reserva
como fez João Batista (Lc 3.11). É interessante ver
que na sua codificação da lei no século I d.C., os
judeus fizeram uma lista de roupas que podiam ser
resgatadas de uma casa incendiada no sábado — interessante
porque a lista indica o valor das roupas e
menciona peças familiares na época. A lista está dividida
em duas seções, para homens e mulheres (as crianças
usavam versões menores das roupas dos adultos),
Muitos dos nomes das peças são gregos, mas os
padrões básicos são exatamente os mesmos. As roupas
tinham tamanha importância que rasgá-las em
pedaços era um sinal de intenso sofrimento ou luto
(Jó 1.20).

Ornamentação

Além das roupas, eles usavam muitos outros recursos,
tais como maquiagem, enfeites e tratamento
de cabelo. Esse aspecto era tão importante para as
mulheres da época do Novo Testamento que as cristãs
foram advertidas a se enfeitarem com um espírito
manso e tranqüilo (1 Pe 3.3,4). Os cosméticos eram
feitos com kohl (carbonato verde de cobre) ou com
galena (sulfeto negro de chumbo) (Ez 23.40).
Isaías descreve em detalhes a ornamentação usada
em sua época (Is 3.18-21). Muitos dos brincos,
 braceletes e pingentes eram engastados com pedras preciosas,
mas é extremamente difícil identificar a natureza
exata das pedras nas linguagens antigas. Óleos
eram usados como base para pigmentos que coloriam
os dedos das mãos e dos pés. Os cosméticos poderiam
ser aplicados com os dedos ou com uma pequena
espátula de madeira. Os homens usavam freqüentemente
um anel no dedo ou numa corrente ao
redor do pescoço, mas esses anéis serviam mais para
selar do que como decoração. Nos dias do Antigo
Testamento, o cabelo era um item importante, sendo
raramente cortado.